7/3/2016 - Osasco - SP
da assessoria de imprensa da Prefeitura de Osasco
A cidade de Osasco é pioneira na região metropolitana Oeste de São Paulo em iniciativas de economia solidária, mudando paradigmas de conceitos e pensamento na cidade. Desde 2005, são desenvolvidas práticas econômicas organizadas na forma de uma rede cooperativa, entre elas destaca-se o Programa Agricultura Urbana, que a partir do mês de março abrirá 120 vagas para capacitações em técnicas agroecológicas e formação dos grupos já atuantes no Programa para melhor gestão dos espaços.
A Prefeitura Municipal, por meio das Secretarias de Meio Ambiente e de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão (SDTI), iniciou o projeto agroecológico na perspectiva de geração de emprego e renda. A partir disso, a SDTI tornou-se responsável pela execução do projeto, por meio da Incubadora Pública de Empreendimentos Econômicos. De acordo com o coordenador do Programa Osasco Solidária – ligado à SDTI, Celso Pedro, a proposta surgiu das informações coletadas nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e no programa Bolsa Família, identificando os segmentos econômicos viáveis para a população atendida.
O projeto teve início com a Horta Modelo. Os participantes foram pessoas em situação de vulnerabilidade social, interessadas em fazer parte da iniciativa, que receberam capacitação continuada em horticultura, segurança alimentar e manejo orgânico. Para fazer parte do projeto, os futuros produtores precisavam ser moradores de Osasco, com renda per capita de meio salário mínimo, maiores de idade e desempregados. Hoje, o programa conta com seis locais destinados à produção de hortas orgânicas, geridas por cerca de 20 agricultores. Eles recebem assessoria da Incubadora Pública de Empreendimentos Econômicos Solidários, seja pela técnica de Incubação, pelos estagiários de Agronomia ou empresas de assessoria. As demais hortas foram implantadas, gradativamente, em linhas de transmissão de energia da Eletropaulo, espaços desocupados ou ainda sobre as linhas tronco por onde passam as tubulações de gás.
“Uma pequena, mas importânte economia já acontece em Osasco e de forma plena. Ela aponta novos caminhos”, garante Celso.
A agrônoma Ondalva Serrano, referência nacional do movimento em defesa da agricultura orgânica, relacionada às políticas públicas, acredita que o resgate da agroecologia abre espaço para uma mudança positiva. Para ela, o despertar para o processo tradicional de produção agrícola, gera qualidade de vida ambiental e a certeza da continuidade da vida humana. “A agricultura urbana gera respeito recíproco e, mais do que isso, a retomada do sentido de comunidade porque não tem o atravessador que cortou essa relação: é o produtor quem vende para o morador”, explica Ondalva.
Não precisa ir muito longe para entender que a perspectiva de Ondalva se confirma. Na horta Cantinho Verde, localizada na zona Norte da cidade, onde trabalham nove produtores, Jaelson Xavier Moreira (38), ex-recluso e o mais novo deles, relata a felicidade de poder estar em contato com a terra e ser útil para a comunidade. “Hoje eu cuido de 30 canteiros e, em apenas três meses foram feitas duas colheitas”, conta.
A população local também já identificou na horta urbana um espaço valorizado, tanto pelo fato de prover alimentos orgânicos, ou seja, sem agrotóxicos, quanto pela comodidade de estar próxima às residências e com um valor acessível. “Preciso comprar ingredientes de qualidade”, afirma Daniel Marques da Silva (48), dono de um restaurante no Jardim Canaã, enquanto compra dois maços de coentro direto de um dos canteiros de Jaelson.
Além da comercialização diretamente nas hortas, os agricultores vendem os produtos na Feira de Agricultura Urbana, que acontece uma vez por semana no Centro de Comércio Justo, espaço da SDTI destinado à compra e venda dos produtos gerados no Programa Economia Solidária. O coordenador do programa explica que atualmente o escoamento dos produtos é satisfatório. Estão previstas mais três hortas para a cidade: no Parque Escola, onde está sendo implantada uma estufa; em um espaço dentro da Secretaria de Assistência Social e na avenida Pedro Pinho, todas localizadas na zona Sul de Osasco. Com o crescimento da produção, há intenção de comercializar também para as secretarias e ainda estabelecer parceria com a Secretaria de Educação, a fim de integrar os produtos à merenda escolar das escolas municipais.
Incluir alimentos orgânicos na merenda escolar dos alunos osasquenses não será um problema, visto que a grande maioria deles têm contato direto com essa produção natural dentro das escolas. Mais uma vez Osasco dá um passo à frente de muitos municípios brasileiros, estabelecendo a lei 4.623, que vigora desde 2014, promovendo horta escolar como atividade pedagógica de complementação curricular. Para a agrônoma Ondalva, que também desenvolveu uma proposta metodológica de formação da juventude, a agroecologia caminha junto à educação integral. Nesse sentido, ela parte do princípio de que o ser humano possui potencial criativo para ser o co-criador de seu caminho.
“Parabéns, Osasco, por fazer, mostrar que faz e apresentar os resultados. Isso também ajuda a despertar os municípios vizinhos para novas soluções e gerar consciência de que é necessário implementar condições locais de qualidade de vida para que tenhamos uma sociedade mais justa”, conclui.
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